segunda-feira, 3 de março de 2014

O Filho Pródigo - Capítulo IV: Transformações na vida de Paulo de Tarso!


Nunca fui bom em relacionamentos, deve ser por isso que me casei bem tarde. Lembro que morei alguns anos com uma moça, foi um aprendizado, foi uma experiência que me transformou, pois até então, eu tive alguns namoros, nada sério. Eu sou um cara que as pessoas chamam de chato, não gosto de sair para baladas, bebedeiras, gosto de coisas específicas, meu círculo de amizade(não chega a ser um circulo de tão pequeno que é) não é extenso, gosto de ficar sozinho, adoro isso, ficar em casa, ver um filme, ouvir música, ler um livro, mas chega uma hora que você sente falta de estar com alguém, dividir as coisas, então conheci essa moça pela internet, outra grande paixão na minha vida(risos), começamos a namorar em pouco tempo, devo dizer que apesar de não pertencer a nenhuma religião, sempre mantive a conduta que se espera de um, esse negócio de “ficar” e não se apegar, daqui a cinco minutos estar com outra, nunca foi a minha “praia”, talvez por isso pela falta de experiência com essa mentalidade moderna, eu tenha me ferido em todos os relacionamentos que estive envolvido.




Foi um aprendizado morar junto ou como dizem: “Juntado, casado é”. Eu vi quanta responsabilidade é manter uma casa, morar de aluguel, conviver com as qualidades e defeitos do outro e os seus próprios defeitos que são exacerbados pela convivência. Mas aos poucos fui sucumbindo a pressão, a falta de experiência pesou e muito.


Comecei a ver que a vida que eu tinha não era o que eu realmente queria. Tinha trinta anos, morava com uma pessoa boa, mas que eu não amava( até hoje me pergunto se eu sei o que é amar ou se eu amei alguém que não tenha sido eu mesmo), morava em uma casa com um aluguel absurdo, não tinha dinheiro para nada, então fiquei com raiva de mim mesmo, raiva por ter sido tão pequeno, tão simplório, por não ter estudado, não ter corrido atrás de um futuro melhor.


O primeiro passo era usar o que minha preguiça não costumava deixar: Inteligência!


Comecei a estudar e entrei na universidade com uma bolsa governamental, comecei a fazer História, que sempre gostei.


Um dia cheguei a casa e comuniquei que estava deixando o lar, que iria fazer meus sonhos se tornarem realidade. Hoje até sorrio com essas lembranças, pois parecia uma rebeldia adolescente de um homem de trinta anos. Deixei aquela casa e fui morar em uma casa menor próximo ao centro da cidade, pedi demissão e fui trabalhar em outra empresa com um salário melhor, sendo que odiava o que fazia também.


Comecei a me envolver com mulheres simplesmente por prazer, não deixava passar da necessidade para algo mais, dispensava e ia para outra, comecei a usar de mentiras, coisa que sempre abominei para alcançar as coisas que queria.


Os estudos deram frutos, fiz alguns concursos públicos e passei em um deles, fiquei feliz e orgulhoso do que consegui, o trabalho não era lá essas coisas, mas o dinheiro, ah o dinheiro era mais e muito mais, do que eu já tivera. Conheci uma pessoa que me fez querer ser um homem melhor, então comecei a namorar, voltei a ser um homem íntegro, fiel aos meus preceitos.


Aprender com os erros, para não voltar a tropeçar, esse era o mantra que eu repetia dia e noite. Não a um dia que não me arrependa de certas atitudes que tomei, mas as vezes a vida parece fazer sentido em meio ao caos. Magoar as pessoas, parecia o único dom que eu tinha, estava disposto a contornar isso, prometi a mim mesmo, que não deixaria acontecer novamente.


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-- Paulo como vai? - Abner abre um largo sorriso ao cumprimentar Paulo.


-- Olá! Quanto tempo Abner! Estou bem e você como está?


-- Melhor agora que posso novamente conversar com meu bom amigo! Te chamei algumas vezes para conversar, mas você não me ouviu…


-- Sério? Juro que não o vi. - Paulo ficou pensativo, tentando lembrar onde e quando o Abner possa ter encontrado com ele-


-- Paulo soube que você agora tem um bom emprego, parabéns!


-- Obrigado Abner! Venha qualquer dia jantar em minha casa, quero lhe apresentar alguém especial…


-- Com certeza irei! Agora tenho que ir, espero de coração que não fiquemos muito tempo sem nos falar, grande abraço Paulo!- Abner se afastou e começou a andar com suas mãos no bolso do casaco, pois a beira mar ventava, mas era algo agradável.


Paulo observou Abner ir em direção a praia e retirar seus sapatos e caminhar na areia molhada e brilhante pela luz do entardecer!


-- Sujeito interessante! - Disse Paulo rindo do jeito desengonçado de Abner caminha na areia fofa.


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